quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pintar o telhado de branco para combater ilhas de calor....

Tramita em São Paulo um projeto de lei municipal obrigando os moradores a pintarem os telhados das casas e prédios de branco, como forma de diminuir a temperatura nas ilhas de calor. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que realizou mapeamento térmico da cidade com apoio do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), a diferença de temperatura entre o centro da capital e as áreas periféricas chega a ser de 10 graus Celsius. 
De acordo com o Instituto Ethos, que publicou em seu site um texto sobre o assunto (leia aqui) , a solução carece de mais embasamento científico e ainda não foi adotada em nenhum país ou cidade de forma generalizada. O Projeto de Lei 01-0615/2009 do vereador Goulart do PMDB (leia a íntegra) propõe integrar ao conteúdo do Código de Obras e Edificações (Lei n.º 11.228/1992) as seguintes determinações: 

• Todos os telhados e coberturas das edificações deverão ser da cor branca; 
• As edificações terão 180 dias para se adaptar (ou seja, pintar o telhado de branco), a contar da data de publicação da lei; 
• As despesas com a adaptação correrão por conta dos proprietários, sem incentivo do poder público. 

O Conselho Brasileiro da Construção Sustentável (CBCS) não recomenda nenhuma política pública que torne obrigatória a solução proposta pelo PL 01-0615/2009, de pintar de branco todos os telhados da cidade de São Paulo, seja nas edificações novas, seja nas já existentes. O conselho acredita que não se deve privilegiar uma cor ou uma alternativa técnica em detrimento de outras. 

A entidade recomenda o uso de toda e qualquer solução que possa reduzir a carga térmica e combater as ilhas de calor, tais como: telhados frios, tetos verdes, isolamento térmico de telhado, arborização urbana, pavimentos frios etc. E que o uso de qualquer técnica seja promovido no mercado brasileiro por seus reais benefícios. 

Além disso, ainda existem outras razões para questionar o projeto, como a descaracterização de prédios históricos, o ofuscamento e desconforto visual para vizinhos, aviões e helicópteros, o rápido desgaste da tinta. 

Tem gente querendo pegar carona na onda da sustentabilidade.....

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